Página:Eneida Brazileira.djvu/371

Wikisource, a biblioteca livre

Que vinhas conquistar: dos que me affrontam
Eis o premio; dest’arte os muros fundem.»
A botes lhe ajuntou Sybaris, Bustes,
Chloreu, Dares, Thersílocho, e Thymetes
350Que aos trancos o animal da cerviz lança.
Qual, se do Egeu no pégo o Edonio Bóreas
Sopra sonoro e as ondas rola ás praias,
Do céo, por onde vara, espanca as nuvens;
Tal ao fogoso Turno as alas cedem,
355E fogem batalhões: o impeto o leva,
Batem-lhe o carro as fluctuantes plumas.
Phegeu não lhe supporta o orgulho e sanha;
Ao coche avança, aos rapidos ginetes
Retorce os freios e espumantes queixos.
360De rôjo e ás bridas preso, em descoberto
O apanha larga chuça, e a coira dobre
Rôta, a cutis lhe prova o golpe leve.
Elle se adarga, e já de estoque em reste,
Vôlto para o inimigo, auxílio pede:
365Mas o eixo despedido e a roda o impelle,
Cahe por terra; e entre a cota e o casco Turno
Decepa-lhe a cabeça, e troncho o prostra.
Emquanto ufano tudo arrasa e estraga,
Mnestheu e Achates fido e Iulo ás tendas
370A Enéas acompanham, que sanguento
No conto abordoava os tardos passos.
Raiva a luctar, e o meio quer mais prompto
Com que da haste quebrada a farpa arranque:
Abram de espada, e o golpe dilatando
375Catem-lhe o ferro, porque á pugna torne.
Era presente o Iasidis Iapis,
Dilecto amigo do extremoso Apollo;
Que ledo as artes suas lhe doara,
O augurio, a musica, as ligeiras settas.
380Elle, a fim que a seu pae retarde os fados,