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Página:Eneida Brazileira.djvu/45

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Cabos tendidos. Prenhe de armas, sobe
A máchina fatal: em tôrno a coros
Cantam meninos e devotas virgens,
De tocarem na corda mui contentes.
245Atravez da cidade ella suberba
Vai minaz resvalando. Ó patria! ó Ilio!
Invictos muros, divinal estancia!
Berço de heroes! Á entrada quatro vezes
Pára, e quatro restruge um rumor de armas.
250Surdos, cegos instando, o monstro infausto
Ah! no augusto recinto o collocamos.
Fadada a não ser crida, então Cassandra
Abre o futuro; e os templos nós dementes
Naquelle de Dardania último dia,
255De virentes festões velando fomos.

Vira o céo, no oceano a noite cahe,
E em basta sombra involve a terra e o pólo
E a myrmidonia astucia: ante as muralhas
Derramada em silencio, a troica gente
260Em modorra ensopava os lassos membros.
Já, da tacita Lua ao mudo amparo,
De Tenedos partia ás notas praias
A instructa armada, e a capitânea régia
Sinal flammeo iça á ré. De iniquos deuses
265Sinon valído, a furto os pineos claustros
Laxa; e o cavallo, devassado, ás auras
Rende as phalanges que no ventre aloja.
Por um calabre escorregando, alegres
Baixam do cavo seio os cabos Thoas,
270Tissandro e Sthenelo, o maldito Ulysses,
Athamante e Pelídes Neoptolemo,
E Macaon primeiro e Menelao,
E autor da máchina o engenheiro Epeu.
Troia invadem sepulta em somno e vinho:
275Matam a guarda, os seus na brecha esperam,