Página:Eneida Brazileira.djvu/51

Wikisource, a biblioteca livre

Nem singular piedade, nem te vale
Na quéda, ó Pantho, a infula de Apollo.
Dos meus última flamma e patrias cinzas,
Testemunhai que nunca em vosso occaso
455Dardo ou risco evadi; que, a ser meu fado
Morrer então, meu braço o merecia.

Eu dalli me desprendo, e Iphito e Pelias,
Pesado e annoso Iphito, e Pelias tardo
De Ulysses vulnerado. Á estancia régia
460Nos tira o ruído: a guerra se encruece,
Qual se, o restante em paz, lá só reinasse
Toda a matança e horror: o infrene Marte
Compelle os Danaos, que o palacio atacam
E a testudem cerrando as portas cercam.
465Arduas escadas fixam nas paredes,
E junto aos postes nos degraus se estribam;
A sinistra no escudo apara os tiros,
Cimalha e capitéis a dextra aferra.
Os Dardanos de cima, as cumieiras
470E as tôrres demolindo, com taes armas,
Vendo-se já no extremo, se defendem;
E aureas traves, de avós decoro e pompa,
Devolvem; densa intrepida cohorte
Dentro a fios de espada o ingresso embarga.
475De soccorrer o paço o ardor nos toma,
De esforçar os vencidos e ajudal-os.

Atrás communicava os edificios
Postigo innóto e corredor escuso,
Por onde, ai della! aos sogros vir sohia,
480Durante o reino, Andrómacha sózinha,
Seu Astianaz ao caro avô trazendo.
Lá monto ao cimo, e estavam pobres Teucros
Sem fructo a dardejar. Tôrre em declive
Pendente, ás nuvens sôbre o tecto alçada,
485Troia estendida, a frota e arraial grego