De Pyrrho arnez. Presentes faz a Anchises.
De praticos nos supre e de remeiros,
Cavallos doa, os socios provê de armas.
Meu pae de vêrga d’alto apresta a frota,
490Que os ventos de servir não desperdice.
Cortez o augur o acata: «Acceito espôso
Da Cypria em celso tóro, ó caro aos deuses,
Das perdas ambas de Ilion salvado,
Eil-a, á fronteira Ausonia aproa e voga.
495Todavia has mister passar avante:
Dista a paragem que te Apollo inculca.
Vai-te, ó pae venturoso de um tal filho!...
Que! tardo, estórvo os astros que já surgem?»
Não menos boa Andrómacha, á partida,
500Phrygia chlamide a Ascanio traz saudosa,
E roupas de matiz de aureo brocado;
De finas têas o accumula, e falla:
«Do proprio meu lavor, toma estes mimos,
Que testefiquem sempre e te relembrem
505Da viuva de Heitor, filho, a ternura:
Dos teus recebe as derradeiras prendas,
Só do meu Astianaz tu viva imagem:
Tinha teus olhos, tuas mãos, teu rosto,
E equevo hoje comtigo embubescera!»[1]
510O adeus lhes digo, em lagrimas desfeito:
«Vivei felizes, vosso fado encheu-se;
De transe em transe o nosso nos repulsa.
Já descansais; de arar não tendes mares,
Nem de ir á Italia, que se furta e alonga:
515D’Ilio e do Xantho contemplais a effigie,
Feitura vossa; com melhor auspício,
Oh! menos seja exposta ao dolo argivo!
Se os campos chego a vêr que banha o Tibre,
E á minha gente os promettidos muros,
520Das propinquas cidades consanguineas
- ↑ Na nota 491. - 509. a este livro, Odorico diz que este verbo deveria ser empubescera.