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queridos entes cuja ternura deslaça-me a vida em loiras espadanas de luz puríssima e gentil! Sigo meditabundo, sem receber na alma entenebrecida um raio do vosso olhar, — um só raio que me illuminasse o peito, para pôr em relevo dentro d’elle toda a somma de santos sentimentos para vós, — sómente para vós — guardados alí!

A abafada canção da agua babujando os flancos do navio faz a surdina dolente que acompanha as mestas lamentações do meu espirito obsidiado pela afflicção das saudades.

Ás vezes, a deshoras da noite, quando o firmamento escuro apresenta-se deserto das suas luzentes tauxiações risonhas, e só a floresta da margem rebôa agitada pelo cadenciado barulho da possante machina, embalde busco pelo ceu do meu espirito