suas ideias por meio da fotografia mostrando ali, na tela, a vantagem dos seus projetos, expondo, enfim, ao vivo, os seus programas e não embaindo o povo ingênuo com logomachias fofas.
— E em vez de dizer-se — “Que grande orador!” dir-se-á: “Que fotógrafo!” perorou Basílio e rompeu em cascalhada trocista.
— E por que não? Por que não? Arremeteu Pericles, já roxo. Por que não? Será o século de ouro, o século do silêncio e da ação. Tudo se fará cinematograficamente.
Um ladrão furta-nos a carteira, um assassino crava-nos uma faca, zaz! O aparelho estampa-lhe, não só a figura, como os movimentos e, no júri, é só desenrolar a fita e eis o monstro projetado na tela da Justiça com um flagrante nas costas. E o fonógrafo? E curvou-se de olhos esbugalhados. Res non verba, meus amigos. Res non verba, como dizia Cicero ou outro que tal, concluiu esponjando, com um lenço em bolo, o copioso suor do rosto.