Nada tem minha terra natal
Qu’extasie e revele primor,
Nada tem, a não ser dos desertos
A soidão que é tão grata ao cantor.
Mesmo assim rude, sem primores d’arte,
Nem da natura os mimos e bellezas,
Qu’em campos mil a mil vicejam sempre,
É minha pátria!
Minha pátria por quem sinto saudades
Saudades tantas que o peito ralam,
E com tão viva força qual sentiste,
Quando no cume da Tijuca altiva
Meditando escreveste em versos tristes,
Versos que tanto amei, e que amo ainda,
As saudades dos lares teus mimosos!
É minha pátria afanoso o digo!
Deu-me o berço, e nella vi primeiro
A luz do sol embora ardente e forte.
Os meus dias d’infancia ali volveram
No tempo ao coração mais primoroso,
Nesses dias ditosos, em que apenas
Ao mundo dispertado, vi e ouvia
Por sobre os labios meus roçarem beijos
Beijos de puro amor, nascidos d’alma
D’alma de Mãi mui carinhosa e bella!
Foi ali que por voz suave e santa
Ouvi e cri em Deos! É minha pátria!
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