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A MINHA FLOR!

Ah! tu ne saurais, m’oublier!
M.me Emile Girardin.



Trago no peito uma flôr
Nesta amena soledade —
É a flôr que nasce d’alma
É a candida saudade.

Tirei-a de sobre um tumllo
Onde tão bella brilhava —
E de côr tão rôxa — rôxa
Que o meu peito roxeava.

Tinha o mago sentimento
Qu’em minha alma exp’rimentava —
Ao colhê-la a sós com ella
O meu fado consultava.

Era triste e merencoria
Nestes desertos lugares —
Qual peito que geme afflicto
Na soidão os seus pezares!

Chorou lagrimas comigo
Tão d’alma e tão pungentes
Que, qual Fada, me dizia
Minhas desgraças pendentes.