Página:Espumas fluctuantes (corr. e augm.).djvu/230

Wikisource, a biblioteca livre
222
ESPUMAS FLUCTUANTES


Sylvia [tem-se ajoelhado aos pés do leito]

Meus prantos sirvam apenas
P′ra humedecer teus cabellos.
Como da corça nos velos
Fresco orvalho a resvalar!
P′ra molhar a flor, que aspires
Rolem prantos de meus olhos,
P′ra atravessar os escolhos
Meus prantos manda rolar.′...

Meus prantos sirvam apenas
P′ra a terra em que tu pisares,
P′ra a.«;c(le em que te abrazare.′;,
Terás meu sangue, Senhor!
Meus prantos são óleo húmido
Que eu derramo a tuas plantas...

[Mário ettende-lhe o» braçoi)

Mas se acaso me levantas.
Meus prantos dizem-te amor!...

Mário (íendo-a contra o seio)

Sentir que a vida vae fugindo aos poucos
Como a luz, que desmaia no occidente...
E boiar sobre as ondas do sepulchro,
Como Ophelia nas aguas da corrente...