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ESPUMAS FLUCTUANTES


Nâo precisa de ti. O gaturamo
Geme por elle á tarde no sertão;
E a jurity, do taquaral no ramo,
Povoa, soluçando, a solidão.

Entre os braços da Cruz a parasita,
Num abraço de flores, se prendeu;
Chora orvalhos a grama, que palpita,
Lhe accende o vagai ume o facho seu.

Quando á noite o silencio habita as mattas,
A sepultura fala a sós com Deus..
Prende-se a voz na bocca das cascatas
E as azas de ouro aos astros lá nos ceos.

Caminheiro! do escravo desgraçado
O somno agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
lia pouco a liberdade o desposou.

Recife 22 de Junho de 1865.

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I