Meiga sorria aos cânticos festivos
Do despertar do soinno!
E a luz subia... e o sabiá cantava
Á margem da corrente!
Dizia a borboleta — eu dou-te os voos...
As folhas verdes — aqui tens frescura;
A flor dos bosques... eis o meu perfume...
Eu sou teu echo — a sonorosa gruta;
Sou teu espelho — a limpida corrente;
Os anilados céus — guardo teu ninho;
O sol — vem procurar-me!...
E a flor, e a borboleta e a folha verde,
E a torrente, e o sol e o céu e a gruta
Eram d′ave inspirada — a immensa orchestra
No concerto do amor!...
E o sabiá cantava!...
Na larangeira o galho estremecia.
Como se o orvalho lhe afagasse as flores,
Ou aquella voz, nas dulias harmonias,
A raiz lhe tocasse...
Depois eu vi-o, as pennas sacudindo,
Ainda humedecidas
De sereno e de luz, cantando sempre —
Bater... bater as azas anciosas...
Voar... voar... até sumir-se ao longe
Ultimo som e nota!