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ESPUMAS FLUCTUANTES

Morreste... E ao teu sahimento
Dobra a procella no céo,
E os astros — olhar dos mortos —
A mão da noite escondeu.
Vê!... Do raio mostra a lampa
Mão de espectro, que destampa
Com dedos de ossos a campa,
Onde a gloria adormeceu.

E erguem-se as lapidas frias,
Saltam bradando os heróes:
«Quem ousa da eternidade
Roubar-nos o somno a nós?»
Responde o espectro; — A desgraça!
Que a realeza que passa,
Com o sangue de vossa raça,
Cospe lodo sobre vós!...»

Fugi, fantasmas augustos!
Caveiras que coram mais
Do que essas faces vermelhas
Dos infames pariás!...
Fugi do solo maldicto!...
Embuçai-vos no infinito!...
E eu por detrás do granito
Dos montes occidentaes.

Eu tambem fujo... Eu... fugindo!...
Mentira desses vilões!