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\ Vê tu, pois, que viuvez agora no meu peito, que desconforto na minli′alma, que vasio immenso em torno a mim sem o amparo, a bondade do meu filho, esse bordão seguro a que eu me arrimava na ceo-ueira da minlia velhice, o meu filho, a única, a melhor e maior claridade que illu minou sempre a minha pobre cabeça branca.

Ó Deus sem piedade, ó Deus sem religião e compaixão, maldito sejas! Que Satanaz, o Vencido por ti, vingue todas as Mães, vencendo-te, conquistando todo o teu poder, triumphando eternamente de ti nas masmorras negras do Inferno!


E a outra bo(?ca, amarga e murcha, blasphemou então:

— Jesus dos Amargurados, Jesus dos Tristes, Jesus dos Desamparados! A mim roubaste a fi, lha, a minha idolatrada filha; e, tão sem piedade o fizeste, que não foi até mesmo um castigo que mandaste pelos meus peccados, foi um crime que commetteste. E tão sem misericórdia, com tamanha crueldade, que tu não pareces, Jesus, filho dessa angélica Maria que allucinada gemeu e se desolou teus martyrios!

Kou baste a minha filha quando ella éra noiva, quando estava a cingir a grinalda branca