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de sonhos de irapereeiveis elixires! Soberano Exilado do Oriente e do Léthes! Três vezes com dolência clamado pelas fanfarras plangentes e saudosas da minha Evocação! Agora que estás livre, purificado, pela Morte, das argillas pecca- dôras, eu vejo sempre o teu Espirito errar, como vehemente sensação luminosa, na AUeluia fúlgida dos Astros, nas pompas e chammas do Septentrião, talvez ainda sonhando, nos êxtases apaixonados do Sonho...

E a singular figura de Baudelaire, alta, iDranca, fecundada nas virgens florescencias da Originalidade, continuava em silencio, impassível, dolorosamente perdida e eternisada nas Abstracções supremas...

E, emquanto elle assim immergia no Intangível azul, velhos deuses capros, teratologicos Diabos lúbricos e tábidos, desapercebidos desse egrégio vulto satânico, scysmativo e sombrio, dançavam, saltavam, infernalmente gralhando e formando no ar quente, em vertigens de diabolismo? , os mais curiosos e symbólicos hieroglyphos com a flexibilidade e deslocamento acrobático e magico dos hirsutos corpos pelludos e elásticos... Mas, em meio do mysterioso parque, elevava-se uma arvore estranha, mais alta e prodigiosa que as outras, cujos fructos eram astros e cujas