sua natureza, e com ellas a sua própria sensibilidade.
Mas, não! Elle alli estava, vendo-se apenas
tão desfigurado, tão abatido, com esse aspecto
vago, ignoto, retrospectivamente antigo, de (juem
já além viveu... Quasi se desconhecia! Não era
mais o intrépido, o aftouto Maurício de outr′ora,
(ue a bravura de sentimentcs bizarros illuminava
de esplendor e força. Xão era mais o adolescente,
amado desse amor frivolo da mundanal mocidade,
e cuja alma engrinaldava-se de rosas, esmaltavase
d′estrellas, vibrava de canções e cânticos, na
frescura e no azul matinal de um idyllio que lhe
parecia eterno. Não era mais esse Maurício que
atraÁez dos longos rumos do tempo se perdera e
desapparecêra...
Era agora um outro Maurício, todo vivamente abalado, é certo, por inquietos sonhos de indeffinivel anciedade, mas por isso mesmo acabando, findando já para tudo.
Na encruzilhada dos caminhos que percorrera, elle, imbevecido, perplexo, como que divulgava, pela curiosa, desoladora e irónica suggestão do espelho, duas nobres figuras de ineffavel expressão contemplativa que se enlaçavam n′um amplexo enlevativo e saudoso de idolatrados