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E elle caminliava, caminhava, tão vellio como as Edades, no seu constante peregrinar...

Para que novo e intacto Inferno caminliava então elle assim?!

Mas, de repente, eis que as florestas recuam, se apagam, vão desapparecendo aos poucos como por encanto; o assombroso explendor verde das arvores some-se no longinquo horisonte, como névoas que se desfazem, e começam, então, de repente, a surgir areiaes, areiaes de desertos inhóspitos, areiaes infindáveis, areiaes que successivamente se reproduzem, longos, muito longos e alvejantes, lá, para além das distancias que a retina não pôde abranger nem descortinar...

E Araldo começa de novo a mergulhar n′outra anciedade, a engolphar os pés nos fofos areiaes fugidios que como que recuam a cada passo que elle vae dando.

E os areiaes se prolongam, n′uma intraduzível tristeza de vastidão, surdos e estéreis, com as suas ondas brancas de pó accumuladas solitariamente.


Vencido pelo tempo, villipendiado, Araldo vae mergulhando nas surdas areias torvas. Mas, a cada passo que elle dá para adiante, a onda de areia, fofa, frouxa, o arrasta mais para atraz;