extravagância e de toda a idyosincrasia que o singularisava.
A aíiloração da sua força psychica fazia lembrar uma phantastica floresta vermelha por effeito de um incêndio colossal: — largas e longas manchas de sangue alastrando tudo, clarinando tudo de gritos, de brados, de purpuras de indignação, de ódios artisticos, de despeitos, de tédios mortaes, de spleens ennevoados.
A cor, a luz, o perfume, para a sua exquisita e caprichosa sensibilidade, sangravam, vertiam sangue sinistro de dolorosa volupia; e, todos os aspectos, todas as perspectivas, pareciam-lhe á retina requintada e mysteriosa outras tantas manchas de sangue, que a sua esthesia doente mais vivas, mais flagrantes via por toda a parte.
E nessa tendência espiritual organica para os effeitos sangrentos, preferia á chlorose das magnolias e lyrios brancos a rubente coloração das rosas e cravos bizarros.
Superexcitado pelas nevróses ardentes do Pensamento, desde as liturgias symbólicas de Verlaine até aos satanismos de Huysmans, exigindo as linhas em alto requinte da Arte, toda a sua esthetica se manifestava então por uma corrente impetuosa de luxuria, de caprismo, de lubricidade pagã de satyro, de fauno mythico,