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MELANCOLIA

Fallo ainda e sempre a ti, branco Lusbel das espirituaes clarevidencias! A ti, cuja ironia é ferro e é fogo! Cuja eloquência grave e vasta faz lembrar, como a de Bossuet, longas alamedas de verdes e frondej antes, altos plátanos chorosos. A ti que amargurado deploras toda esta decadência dos seres; a ti, que te voltas desolado e saudoso para os tempos augustos que se foram, quando a Honra vã de hoje, era, como um poderoso e altivo brazão de águias negras atravessado de uma espada no centro!

Sim! branco Lusbel, nós caminhamos para o irreparável impedernimento; desde o solo até aos astros, homens e cousas, tudo vae quedar de pedra. Será um somno universal de uma universal esphinge. Tudo, na pedra, dormirá um somno de pedra, A pedra respirará pedra. A pedra sentirá pedra. A pedra almejará pedra. E esta tremenda aspiração de pedra profundamente symbolisará os sentimentos de pedra dos