companhia de sua mãe, ajudando-a. Ia pela manhã e só regressava á noite.
Escrevia constantemente ao seu amante: ás vezes cartas longas, onde o seu coração gemia, contorcia-se pela sua ausencia; outras vezes, algumas linhas apenas, verdadeiras explosões amorosas, cheias d´ella, de seu sentimento:
“Thêo.
“A ti meu coração, a minha belleza que tanto
amas, os meus nervos que são a vida e a morte de
“meu amôr.”
Outras com palavras que cortavam o papel como coriscos:
“Um beijo em a tua boca, onde acaba um labio
“e começa o outro...
LADICE.”
“Amanhã receberás o meu pallôr e a minha ar-
“dencia.
Tua Ladice.”
“Thêo, amo-te, repete alto estas palavras e sen-
“tirás significações novas, revelações, facundias, am-
“plidão, hymnos de amor...
Da tua Ladice.”
“Meu amigo.
“Eu não sou mais eu mesma... Sou o teu corpo,
“e toda a tua invisibilidade, a tua crença, a tua
“paixão, o teu capricho, a tua força, o teu roman-