A Raposa sem Rabo
Certa raposa caiu numa armadilha. Debateu-se, gemeu, chorou e finalmente conseguiu fugir, embora deixando na ratoeira a sua linda cauda. Pobre raposa! Andava agora triste, sorumbatica, sem coragem de aparecer diante das outras, com receio de vaia.
Mas de tanto pensar no seu caso teve a ideia de convocar o povo raposeiro para uma grande reunião.
— Assunto gravissimo! explicou ela. Assunto que interessa a todos os animais.
Reuniram-se as raposas e a derrabada, tomando a palavra, disse:
— Amigas, respondam-me por obsequio: que serventia tem para nós a cauda? Bonita não é, util não é, honrosa não é... Por que, então, continuarmos a trazer este grotesco apendice ás costas? Fora com ele! Derrabemo-nos todas e fiquemos graciosas como as preás.
As ouvintes estranharam aquelas ideias e, matreiras como são, suspeitaram qualquer coisa. Ergueram-se do seu lugar e, dirigindo-se á oradora, pediram:
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