Página:Fausto Traduzido por Agostinho Dornellas 1867.djvu/278

Wikisource, a biblioteca livre
— 264 —

Desta horrenda prisão, a teus pés olha
Um amante fiel.

MARGARIDA (ajoelhando ao lado delle.)

Ajoelhemos
Para rezar aos santos ! Olha, ao fundo
Destes degráos e sob o pavimento,
Ruge o inferno, e um ruido horrendo:
Faz o demonio, em cholera bramando.

FAUSTO (alto.)

Margarida adorada, Margarida !

MARGARIDA (attenta.)

Era a voz do amigo!

(Levanta-se, as algemas cáem.)

Onde está elle?
Ouvi que me chamava. Eis-me liberta,
Nada me tolhe os passos! Vou beijar-lhe
A fronte idolatrada, no seu seio
Tranquilla repousar. Oh Margarida,
Lhe ouvi gritar á porta. Entre os lamentos
E o ranger de dentes dos infernos,
Sua voz conheci, voz que amei tanto !