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Desta horrenda prisão, a teus pés olha
Um amante fiel.
MARGARIDA (ajoelhando ao lado delle.)
Ajoelhemos
Para rezar aos santos ! Olha, ao fundo
Destes degráos e sob o pavimento,
Ruge o inferno, e um ruido horrendo:
Faz o demonio, em cholera bramando.
FAUSTO (alto.)
Margarida adorada, Margarida !
MARGARIDA (attenta.)
Era a voz do amigo!
(Levanta-se, as algemas cáem.)
Onde está elle?
Ouvi que me chamava. Eis-me liberta,
Nada me tolhe os passos! Vou beijar-lhe
A fronte idolatrada, no seu seio
Tranquilla repousar. Oh Margarida,
Lhe ouvi gritar á porta. Entre os lamentos
E o ranger de dentes dos infernos,
Sua voz conheci, voz que amei tanto !