elle duro como beira de sino. Chorei as minhas
desgraças: tinha obrigações em penca, aquillo não
era trato, e tal, emfim, etc. O safado do velhaco,
turuna, homem de facão grande no municipio delle,
passou-me um esbregue. Não desanimei: escolhi
uns rapazes em Cancalancó e quando o doutor ia
para a fazenda, cahi-lhe em cima, de supetão.
Amarrei-o, metti-me com elle na capoeira, estraguei-lhe
os couros nos espinhos dos mandaracus,
quipás, alastrados e rabos de raposa.
— Vamos ver quem tem roupa na mochila. Agora eu lhe mostro com quantos paus se faz uma canoa.
O doutor, que ensinou rato a furar almotolia, sacudiu-me a justiça e a religião.
— Que justiça! Não ha justiça nem ha religião. O que ha é que o senhor vai espichar aqui trinta contos e mais os juros de seis mezes. Ou paga ou eu mando sangral-o devagarinho.
Dr. Sampaio escreveu um bilhete á familia e entregou-me no mesmo dia trinta e seis contos e trezentos. Casimiro Lopes foi o portador. Passei o recibo, agradeci e despedi-me:
— Obrigado, Deus o accrescente. Sinto muito ter-lhe causado incommodo. Adeus. E não me venha com a sua justiça, porque se vier, eu viro cachorro doido e o senhor morre na faca cega.
Não tornei a apparecer por aquellas bandas. Se tornasse, era um tiro de pé de pau na certa, a cara esfolada para não ser reconhecido quando me encon-