do palavras desconnexas. A cada solavanco do carro de bois que nos conduzia á cidade, levantava a cabeça:
— Tudo rico, seu Paulo. Vai ser uma desgraceira.
Agarrava-se a um fueiro do carro e punha-se a vomitar. Depois pegava no somno para accordar agoniado e arrotando:
— Arados, não ha nada como os arados.
Appareceu-me no dia seguinte, ainda com vestigios do pifão:
— Seu Paulo Honorio, venho consultal-o. O senhor, homem pratico...
— Ás ordens.
— Creio que já lhe disse que resolvi cultivar a fazenda.
— Mais ou menos.
— Resolvi. Aquillo como está não convem. Produz bastante, mas poderá produzir muito mais. Com arados... O senhor não acha? Tenho pensado numa plantação de mandioca e numa fabrica de farinha, moderna. Que diz?
Burrice. Estragar terra tão fertil plantando mandioca!
— É bom.
E não prestei mais attenção ao caso, deixei que elle se enthusiasmasse só e fosse discutir o seu projecto no Gurganema, á noite, ao som do violão. Realmente transformou-se. Nas pedras do Parahyba, com um cesto de cajus e uma garrafa