torias fossem verdadeiras, mas as crianças daquelle tempo não se preoccupavam com a verdade.
Seu Ribeiro tinha uma familia pequena e uma casa grande. A casa estava sempre cheia. Os algodoaes do Major eram grandes tambem. Nas colheitas a população corria para elles. E os pretos não sabiam que eram pretos, e os brancos não sabiam que eram brancos.
Na verdade seu Ribeiro infundia respeito. Se havia barulho na feira, levantava o braço e gritava:
— Quem for meu me acompanhe.
E a feira se desmanchava, o barulho findava, todo o mundo seguia o Major porque todo o mundo era do Major.
Nas noites de S. João uma fogueira enorme illuminava a casa de seu Ribeiro. Havia fogueiras diante das outras casas, mas a fogueira do Major tinha muitas carradas de lenha. As moças e os rapazes andavam em redor della, de braço dado. Assava-se milho verde nas brazas e davam-se tiros medonhos de bacamarte. O Major possuia um bacamarte, mas o bacamarte só se desenferrujava pelos festejos de S. João.
Ora essas coisas se passaram antigamente.
Mudou tudo. Gente nasceu, gente morreu, os afilhados do Major cresceram e foram para o serviço militar, em estrada de ferro.
O povoado transformou-se em villa, a villa