escolheu um cheio de garatujas que apresentou aos dois. Logo apoderou-se o frade do manuscrito e acercou-se da janela para o decifrar.
— Há!... há!... fazia o reverendo, durante a leitura. Bravo!... Que malandros!
Exultava o gaguinho por baixo da sonsa, vendo o efeito que produzia o papel. Quanto ao mercador, depois de ter debalde tentado soletrar as garatujas do escrevente por cima do ombro do frade, achou mais proveitoso consultar as reverendas bochechas; e como elas se espraiavam em riso gostoso que serpejava enroscando a papada, também o bom do mercador se pôs a gargalhar, esfregando as mãos de contente.
— Aposto que são obras do matreiro do entrevado?
— Foi o licenciado que o escreveu ainda esta manhã, respondeu Borralho.
— O Davi de Albuquerque? perguntou o mercador.
— Grande ronha!... Tem mais peçonha por dentro do que lhe sai por fora das chagas do corpo! prosseguiu o reverendo tornando à leitura.
O mercador tentou segunda entrada nos gregotins do manuscrito, porém debalde.
— Ótimo!... continuava o Padre João.