Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/56

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Afastara-se o governador e entretinha-se à parte com o prazenteiro secretário, parecendo de todo alheio à cena que ali se passava. Mas quem o observasse atento, perceberia o olhar rápido que a furto relanceava para a janela do sótão, onde se eclipsara a estrela, com o aparecimento da cavalgada.

— Desce, biltre!... intimava furioso o ajudante.

Mas o marotinho do rapaz gingava no telhado, bamboleando o corpo e fazendo-lhe gatimanhos de zombaria:

— Babau, sr. capitão! Babau!

— Eu te esbandalho, pedaço de um bargante! berrou o ajudante.

— Isca! Isca!.

— Olá, um! Agarrem-me já este espirro de gato.

Apeou-se um dos lacaios para cumprir a ordem, o que compreendendo o Nuno e vendo a estreiteza do caso, lançou em torno uma vista indecisa; nisto sentiu que lhe puxavam a aba do gibão. Voltando-se, deu com a carinha travessa de Marta um tanto amarrotada do susto, a mostrar-lhe a recâmera como um asilo. Não havia hesitar.

Corriam-se as adufas da protetora janelinha, justamente quando aparecia a cabeça do