Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/84

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e bemol, ao mesmo tempo que lhe indicava com o olhar a presença do escrevente.

— Ora! Que bem me importa?

Felizmente Cosme naquele instante parecia muito apurado a reler a bela produção de Nuno, a qual decididamente lhe dera no goto. Era de jurar que nada percebera, pois mostrou-se inteiramente alheio ao caso. Se porém as observações fossem cousas corpóreas, o bucho do escrevente já estaria tão bojudo, que o não pudera ele decerto conter no cós das bragas.

Seguira-se naturalmente uma pausa no diálogo. Os nossos camaradas formavam então um triângulo, cujo vértice era o Cosme ao pé do muro. Quando este se convenceu que estava de todo passado o episódio do namoro, voltou-se para os companheiros:

— Lisardo, você há de ensinar-me também a fazer a minha quadrinha. É bom a gente saber de tudo.

Não o atendeu o poeta, que estava ruminando, mas em prosa desta vez. Ao cabo saiu-se com esta:

— Ouça, Nuno; sou mais velho que você dois anos; e portanto estou no caso de lhe dar conselhos, como é dever dos mais idosos para com os mais moços.