Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/13

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Nenhuma voz respondeu a estas palavras do cavaleiro, mas ouviu-se distintamente um profundo suspiro que parecia vir do mais recôndito d'alma.

Esta cena passava-se na noite do dia seguinte àquele em que principiou. nossa crônica e para o qual D. Leonor tinha de véspera emprazado Vital Rebelo por um bilhete escrito com o sangue de suas veias.

Dissipada a exaltação de ânimo que a impelira àquela afoiteza, a mísera. moça caindo em si, ficou espavorida com a imprudência que havia cometido.

Como poderia ela, tão guardada de sua pessoa, iludir a vigilância que a cercava, e a defesa das casas de André de Figueiredo, que mais pareciam presídio do que moradia?

Vital acudiria ao emprazamento; não a encontrando, se arrojaria para vê-la a alguma temeridade que o traísse. E ela, esposa a quem traziam viúva do querido de sua alma; ela, que todos os dias rogava a Deus a restituísse aos braços de que a tinham arrancado; ela, encerrada nas paredes de sua recâmera, ouviria talvez o grito de angústia de Vital, sucumbindo aos golpes de inimigos que, por maior infelicidade sua, ela era obrigada a acatar.

Então rezava para que o marido não viesse à entrevista; mas quando enchia-se dessa esperança