Era um fino lenço de batista, perfumado e ainda tépido das mãos que o apertavam pouco antes; trazia atada a uma das pontas grossa chave de ferro, a qual o desconhecido sem mais demora buscou introduzir na porta fronteira.
Não se logrou da diligência, que a chave não servia e, afastando-se, aguardou que a janela se entreabrisse para obter a explicação de que precisava. Nova esperança frustrada, pois o vulto havia se recolhido de uma vez.
Começava o desconhecido a impacientar-se, quando lhe acudiu a lembrança. que tinha a casa mais de uma porta.
— Em alguma há de servir.
Cosendo-se à parede, foi experimentando a chave em quanta porta encontrava, até que afinal acertou. Ao ranger dos gonzos que obedeciam ao impulso,. escapou-se pela fresta um trêmulo psiu recomendando silêncio.
Adiantando o desconhecido a mão para sondar as trevas do aposento em que entrava, encontrou outra mão, porém pequena, suave, mimosa, que escapou-se arrufada e palpitante como uma rola apanhada no ninho.
— Não tendes que recear-vos de mim, senhora, pois ainda que vosso esposo pela bênção do Senhor e por vossa própria escolha, um irmão não respeitaria com maior desvelo vosso recato.