se da obrigação; e veremos então se os seus rendimentos por Belinhas são sinceros, e qual recompensa merece a sua fineza.
Inclinou-se o Lisardo ao trumó, e a musa da pirraça, sob a figura travessa da gentil Marta, inspirou-lhe contra D. Severa estes versos que, embora alusivos a todas as olindenses, eram todavia mentalmente dedicados à ninfa:
Escorridas como um fuso,
As damas de Olinda são;
Por fora aquele esparrame,
Por dentro é só armação
De pano, d'osso e arame.
Tendo lido a quintilha, a Marta aplaudiu com uma risadinha brejeira, e puxando de dentro do cortinado a mão de Belinhas, que resistiu de leve, a deu a beijar ao nosso poeta.
— Isto é para o senhor; agora para o Nuno.
A menina tirou do seio um raminho de alecrim, que entregou ao poeta, mas logo pareceu arrepender-se:
— Não, não lho dê; guarde para si.
Sentiu umas cócegas a Belinhas, que entreabrindo o cortinado acudiu mui pronta:
— Dê ao Nuno, dê sim, senhor, que isso não lhe pertence.