Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/140

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Recife o direito de apanhar mariscos em só metade do rio!

— Nem outro alvitre seria justo; pois também os povos de Olinda, que são tão bons como os povos do Recife e como eles comem mariscos, só ficam com o direito de o apanhar em a outra metade do rio.

O argumento era de estucha; mas D. Sebastião tinha sempre uma avenida por onde se espacava.

— O rio pertence ao Recife, senhor ouvidor.

— Pertencerá se lho derem, e não há de ser com o meu voto, que por ora pertence a Olinda, cujo deve ser em parte igual.

— Está bem. Ainda não tenho juízo assentado sobre este particular, que se carece mui estudado e refletido, como objeto que toca tão de perto à pobreza.

Nesta conformidade resolveu Sebastião de Castro ouvir acerca da questão ao provedor da fazenda e outros ministros da capitania; porque era homem que se não decidia sem meter-se antes em uma barrela de conselho, para lavar da consciência todos os escrúpulos.

Opinaram os informantes que se formasse o novo termo com as quatro freguesias do Recife, Cabo, Moribeca e Ipojuca; mas não era a porção de território e a comodidade dos povos o que