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Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/141

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mais preocupava o ânimo do governador, e sim a magna questão do marisco.

Parecia que, sendo o marisco objeto de tamanha importância, era de justiça, como dizia o ouvidor, reparti-lo entre a pobreza das duas vilas; mas isso que se figurava tão simples, enredava-se com mil filigranas no espírito do governador a ponto de tornar-se um inextricável labirinto ou outro nó górdio impossível de desatar...

As consultas de tantos informantes consumiram os dez meses decorridos; para dar a última demão ao negócio chamara Sebastião de Castro os ministros e principais a conselho para rever a matéria e assentar-se definitivamente no melhor alvitre.

Mas, durante esse lapso de tempo, não dormia o governador sobre o caso.

Por ordem sua se lavraram às ocultas e de noite no Forte do Matos as pedras de cantaria para o novo pelourinho; de modo que, sendo preciso, se pudesse erigir a vila de um dia para outro.

Naquele tempo não se criavam cidades e vilas como hoje, com uma penada; era indispensável a picota, erguida na praça concelheira, às aclamações do povo, como padrão do governo da terra.

Com o seu peco de ingerir-se em tudo, ia o governador regularmente nos passeios da tarde ao Forte do Matos examinar o andamento da obra, e ai