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Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/143

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O Sr. Simão Ribas, zonzo com essa desenvoltura de língua, de que apenas damos a amostra, assentou de aplacar o fogacho que ameaçava perturbar a paz conjugal; e não achou melhor meio do que revelar à sua digna esposa o segredo do pelourinho, recomendando-lhe, porém, inviolável sigilo.

Ora, a Rufina, que ruminava no modo de atiçar o governador contra os olindenses, viu logo todo o partido que podia tirar do negócio do pelourinho, e no dia seguinte bem cedo aprontou-se para ir à Inacinha.

Tratava-se de levar a Olinda a notícia do que se estava fazendo no Forte do Matos. Era uma pedra que metia no sapato dos nobres, com a esperança de os instigar contra o governador e assim obrigar este a deixar-se de panos quentes.

Ao entrar na cadeirinha que a esperava no corredor, correu a menina Marta dizendo:

— Senhora mãe, veja uma cousa que agora mesmo atiraram da janela!

— Que é isto?

— Um papel, respondeu a menina mostrando. Veio assim embrulhado, e tem umas cousas escritas.

— Pois destrinça lá isso! ordenou a Senhora Rufina que estava com pressa; mas logo arrependendo-