se estendeu a mão para tomar o papel. Não, que pode haver ai alguma brejeirada!
— Não tenha susto! respondeu Marta sorrindo.
— Então sabes o que está aí?
— Se eu já li! disse a maliciosa menina. Quer a senhora mãe ouvir?
E sem esperar resposta, leu a Marta desta vez com o maior desembaraço a redondilha que na véspera fizera o Lisardo.
— Da cá, da cá, menina! exclamou a Senhora Rufina nadando em júbilo. Agora é que as tais remelosas se vão esconjurar! Isso não passa de artes do Padre João da Costa. Ele não é trovista; mas anda metido com o Tunda-Cumbe que tem o seu jeito, o diacho do galego! Eu só estou imaginando a cara da tal Severa! A arrenegada então, que é mesmo um pau de virar tripas!
Meteu-se afinal a Rufina na cadeirinha que partiu levada por dois pretos carregadores; e pouco tempo depois parava à rótula da Inacinha. Quem acudiu ao bedelho foi o Cosme Borralho, que reconhecendo a mulher do almotacé, quis recolher-se; mas era tarde.
Felizmente veio tirá-lo dos apertos a prima, correndo a receber na porta a Senhora Rufina, enquanto o Pisca-Pisca à esconsa enfiava a garnacha que havia enforcado no garabato da candeia, e compunha