e encarquilhado a mão para não fazer o mal que está fazendo, e que o há de levar direitinho ao inferno. Oh! se há de!
Enquanto falava a Inacinha, o Cosme que afinal se havia composto, fazia-lhe do canto sinais de silêncio; mas ela ia por diante sem importar-se com os esgares do rapaz.
Quanto à mulher do almotacé, prestando à tagarelice da Inacinha ouças distraídas, estava ruminando no caso.
Era a Senhora Rufina um politicão de primeira força; basta que, não tendo nada de bonita, antes sendo sofrivelmente feia, conseguia meter o seu gadanho na governança por meio do marido. Assim no tráfego da sua quitanda entravam, com os coentros e repolhos da horta, uns oficiozinhos de justiça ou fazenda, e patentes das ordenanças.
A resulta das cogitações da matrona foi que não devia transtornar o seu plano por causa de uma pouca vergonha que lhe estava inchando os bofes, mas que ao cabo não lhe tocava de perto. Fez ela o que atualmente estão fazendo todos os dias os chefes de partido. que no interesse de sua ambição servem-se do talento prostituído de um insigne tratante, com quem se atrelam e convivem na maior familiaridade, como amigos e compadres.
Pensam eles que mais tarde, quando deitarem fora esse torpe instrumento, podem lavar a mão que o manejou;