da Inácia, ele acomodara a sua inseparável na algibeira.
Sentando-se no poial da janela, com a pena em cruz, e o joelho levantado para servir-lhe de banca, abriu o Cosme o papel que lhe dera a Rufina para o ler e copiar. Foi pôr-lhe os olhos e pestanejar de modo que bem justificava o apelido de Pisca-Pisca.
— O que é? perguntou a Rufina desconfiada.
— Não... não é... não é nada. Está engraçado o remoque!
— Não... acha? Elas vão arrenegar-se! É bem-feito! Para que se metem?... Repita lá para a Inacinha, que ainda não ouviu!
As duas aplaudiram e comentaram com muitas risadas os versos, enquanto os copiava o matreiro do Cosme, que tendo conhecido a letra do Lisardo, ficou-se com o original, dando à Rufina o traslado.
— Por que não leva o seu? perguntou a matrona.
— Podem conhecer-me a letra.
Esse receio não o tinha o Cosme porque dos três caracteres de letra que ele dava como seus, nenhum empregara na cópia, tendo ao contrário o cuidado de imitar o do nosso Lisardo, que mal sabia da tormenta que estava-se armando.
— Ah! outra cousa, moço!... disse de repente a Rufina atalhando a salda ao Cosme. Quem foi que fez o desaforo daquela trova que você trouxe?