grimpa dos mascates. Nem outra cousa significa essa conjunção dos astros, senão a glória de Olinda por um lado, e a ruína do Recife pelo outro.
— Mas há quem diga, minha tia, replicou Leonor, que a parte escura ficava para as bandas de Olinda.
— Não acredite em abusões, menina; que esta lua é pernambucana e não prognostica males aos filhos que nasceram em sua terra.
— Olha, Leonor, que tua tia sabe estas cousas dos astros, como ninguém.
— Sei, minha mãe, sei que a tia D. Lourença é muito versada em todas as sete artes liberais, mas tenho uma cousa que está me dizendo... E então quando me lembro da milagrosa imagem de Nossa Senhora do Ó, que o ano passado, na véspera de Sant'Ana, suou sangue, o que todos disseram logo ser presságio de grandes perturbações, com guerras, mortes e toda a sorte de desastres!.
— E por sinal, que se passou a sua imagem do altar que teve na Igreja de São João para a Capela do Santo Cristo da Sé, disse D. Francisca.
— Para ver se aí, perto do Senhor Crucificado, ela intercedia com seu bento Filho para arredar de nós estas calamidades, acrescentou D. Genoveva.
Ouvira D. Lourença as razões da sobrinha e das