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Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/17

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passado longe um do outro na viuvez de nossas almas, deste ano que devia ser a primavera florida de nosso amor, e que um mau fado transformou em torva borrasca?

— Que podia eu contra a sorte?

— Tudo. Não tínheis um esposo cujo dever era proteger-vos, e cuja maior ventura seria obedecer-vos?

— E minha mãe? replicou Leonor com desalento.

Vital calou-se.

— Bem sabeis que a maldição cairia sobre mim, se eu me revoltasse contra a tirania que nos separou; e por nenhum preço eu, que vos prezo e respeito acima de todos os homens, Senhor Vital Rebelo, vos daria uma esposa maldita e um afeto mal-agourado. Agora mesmo, quem sabe que perigos nos ameaçam e que desgraças não custará esta minha imprudência?

— Não pode ser maldita a esposa que o ministro do Senhor uniu em face do altar pelo próprio voto e com o consentimento dos seus; nem será mal-agourado este afeto porque desarrazoada obstinação de parentes se opõe à sua felicidade.

— Consentimento dos seus, dizeis; mas eles afirmam que esse consentimento o deram iludidos, e logo o retiraram, antes que deixasse eu a casa paterna para pertencer-vos, pelo que...

— Prossegui,