nossos avós, os portugueses, já na decadência de sua efêmera civilização.
Compunha-se o edifício de um corpo quadrado, em dois altos pavimentos alumiados por grandes arcadas. A frente era defendida por um reduto com duas cintas de canhões, uma ao longo da escarpa e outra a cavaleiro.
De cada lado projetavam-se dois pavilhões com as suas canhoneiras também guarnecidas, e após eles elevavam-se em quatro pavimentos as duas torres quadradas cujos coruchéus dominavam todo o vale do Beberibe, desde os outeiros de Olinda até as veigas de Santo Amaro.
No mais alto sobrado viam-se as atalaias; e logo abaixo nas ameias dormiam os morteiros que haviam defendido outrora contra o valor lusitano a cidadela flamenga.
Tal era o Palácio das Torres, como o pintam as estampas daquele tempo. Aí, nas casas ainda adereçadas com luxo de príncipe, faziam os governadores constante residência, o que foi o primeiro escândalo para os nobres moradores de Olinda.
O Senado representou a El-Rei, o qual expediu várias cartas régias ordenando que os governadores assistissem na cidade com os ministros; mas estas ordens do rei velho tiveram o mesmo efeito que hoje produz a soberania do povo menino.
Os governadores continuaram a morar no Recife