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Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/193

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Além dessa gente, havia ali, mais para dentro do alpendre, uns três rapazes que pelo jeito eram algibebes ou pelo menos arranhavam no ofício, porque um deles armado de enorme tesoura cortava sem dó por uma peça de serafina vermelha que rolava pelo chão, e atirava os retalhos aos dois companheiros, os quais desunhavam-se a coser ou antes alinhavar com ponto de palmo.

Finalmente no meio desta labutação, dirigindo a faina e acudindo a todos os grupos, andava o nosso Nuno, arvorado em escudeiro de D Severa, e empenhado em mostrar que, apesar de filho, neto e bisneto de mascate, não nascera para caixeiro, mas sim para homem de armas e brigador. O brejeiro tomara uns ares de importância e caminhava tão empavonado na sua categoria de escudeiro, que ninguém reconheceria nesse soldado arrogante e desempenado o antigo moço, que andava pelas ruas de borjaca ao lombo e côvado embaixo do braço.

— Ó sô homem dizia dali um cabra.

— Escute cá, dom escudeiro! gritava outro.

— Que é isto lá? perguntava o Nuno.

— Para que serve toda esta trapalhada de freio, brida e não sei que mais? Eu cá, dê-me um cabresto, e verá como tenteio o bicho, sem precisar disto.

— Eu também não me ajeito com esta camisa de ferro. .. Parece que está a gente enfrascado!