gente para uma companhia, eu então vim me oferecer também...
— Para quê? perguntou o Nuno.
— Para o que for preciso.
— Enganou-se, meu velho, nós cá precisamos de soldados e não de aio para crianças.
A resposta do Nuno tinha seu chiste, pois o velho, além das cãs que lhe cobriam as têmporas e o carão bamboleava sobre as pernas trôpegas, batendo com a cabeça como um cameleão.
— Ora o caruncho querendo fazer-se de duro! disse um dos cabras.
— Sua bênção, pai avô! acudiu o outro.
E todos de rir e galhofar:
— Folguem, rapazes, folguem; que estão na sua vez. Também eu já fui moço. Este surrão velho, que estão vendo, no seu tempo, ninguém lhe fazia frente. Pois a guerrilha do Capitão Rebelo, chamado o Rebelinho, era toda de gente escolhida...
— Visto isto, foi você soldado do Rebelinho? observou o Nuno.
— Como diz, senhor escudeiro. Um dia, ainda me lembro como se fosse hoje, o capitão tinha lá sua aventura, que isso de mancebos, e mais ele que era um guapo cavalheiro, acerca de amores é como rosa de Alexandria que nunca está sem flor.
— É galante o velho! disse D. Severa.
— Mas o Rebelinho? perguntou o Nuno.