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Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/24

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nessa povoação e ocuparam os armazéns e tercenas construídos pelos flamengos.

Os senhores de engenho que eram os principais da capitania e aqueles que formavam a nobreza pernambucana, foram obrigados a suprirem-se do necessário para o custeio de suas fábricas nas lojas e tendilhões do Recife.

Dava-se então o que ainda hoje acontece com pequena diferença. Onerado o agricultor com uma dívida avultada, que não podia pagar, tinha de sujeitar-se à usura do credor ou de entregar-lhe a safra a preço e condições lesivas. Assim a arroba de açúcar, o mercador a pagava no Recife por 400 rs. para vendê-la no reino por l$400.

Mais de século e meio é decorrido, e ainda o tacanho espírito que sob várias encarnações tem governado este país, não descobriu um meio de proteger a lavoura contra o monopólio mercantil; antes parece que de todo a desamparou entregando-a à sanguessuga do Banco do Brasil que lhe exaure a seiva em proveito de certa oligarquia financeira.

Uma circunstância muito concorria para agravar a posição da nobreza pernambucana. Não permitindo as idéias do tempo que os fidalgos se dessem à mercancia por ser esse um ofício plebeu, resultava daí que os seus fornecedores eram gente inferior e animada do ciúme que em todos