Desde sua fundação padecera Olinda da falta de boa água potável, reduzida a péssimas e raras cacimbas, pois o Beberibe, que lhe banha as fraldas e podia prove-la em abundância, era então alagado até muito acima pela enchente da maré.
Desvelados os moradores em remediar esse achaque, avisaram meios de trazer água de longe. Primeiro abriram um valado de légua para encanar uma levada do Paratibe; mas não surtiu bom efeito, porque era o terreno de muitas areias que frustravam o trabalho, sumindo a água.
Outra vez intentaram obra semelhante no Beberibe, tomando-lhe a veia acima da maré e não tiveram melhor resultado, porque as enlameavam os gados soltos na várzea. Quando estavam empenhados em aperfeiçoar a obra, substituindo a lavada por um aqueduto de pedra e cal; sucedeu a invasão holandesa.
Depois da restauração, e logo que se restabeleceram os moradores dos maiores estragos de suas fazendas, curou a Câmara de Olinda de prover aquela necessidade de boa água, mas por um novo arbítrio que o engenho, ensinado das muitas lições da experiência, veio a sugerir.
Em 1685 com boa diligência se levou a efeito o plano que consistia em tapar o rio Beberibe com um reparo de pedra no ponto onde ele costumava secar