Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/34

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fornecer à noiva os chapins, o que ainda estavam fazendo os pernambucanos quarenta e dois anos depois.

Dignos filhos daqueles pais somos nós brasileiros que nascemos, uns para trapaceiros e outros para cangueiros. Ainda hoje o nosso bom e paternal governo finta-nos com os impostos da Guerra do Paraguai; e já nos ameaçam com outra guerrinha de que ficou pejada aquela.

Acudiu D. Pedro II a seus vassalos pernambucanos, declarando que não podiam servir cargos da vereança os mercadores, visto ser esse um ofício peão, na conformidade das leis do reino; depois, entrando a governar como regente na moléstia de seu pai a Infanta D. Catarina, Rainha de Grã-Bretanha, a tal senhora dos chapins, aproveitou a ocasião para agradecer a condescendência dos pernambucanos.

Pela provisão de 8 de.maio de 1705 declarou que por mercadores se havia de entender unicamente os que assistissem de loja aberta, vendendo, medindo e pesando ao povo.

Sendo em número limitado os mercadores de grosso cabedal que já se não ocupavam com o meneio de seus negócios, mercando no balcão ou trapiche, ficaram os de Olinda tão superiores ainda, que já não podiam temer-se dos contendores na eleição.