sob o olhar de sua mãe e a um movimento da tia D. Lourença, que lhe puxara pela manga.
Voltou-se o mancebo, sentindo que a donzela retraía-se:
— Então, senhora?
— Não posso! balbuciou Leonor.
— Não podeis acompanhar-me à vossa casa do Recife? insistiu Vital empalidecendo.
Pôs o mancebo os olhos cheios d'alma em sua amada e disse-lhe com a voz repassada de tristeza:
— D. Leonor, acabastes de jurar a Deus neste mesmo momento de me acompanhar por toda a vida, como eu a vós, e sermos eternamente um do outro; ainda se não apagou o eco destas palavras, e já em vossa alma se apagou a lembrança delas, que recusais seguir o esposo e entrar em vossa casa para ficar na alheia?
— Nunca lhe será alheia a casa em que nasceu, acudiu D. Antônia de Figueiredo.
— Sabe Deus, senhora, continuou Vital dirigindo-se à noiva, quanto me mereceis; sabe o quanto fiz para obter vossa mão e o muito mais que faria. Tudo pareceu-me pouco, e ainda me parece neste momento. Só uma cousa vos não dei nem a posso dar, que sem ela não seria digno de vosso amor. Mas essa, que é a honra, ninguém a deve mais resguardar do que a por quem, sobre todos e sobre mim, a prezo e estimo.