Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/95

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corpo a marca do ferro; e aproveitou da aberta para replicar ao capitão:

— Ah! é obra de justiça? Mas parece que o carrasco não sai do ofício, pois está aí feito um estafermo em vez de manejar o seu cutelo.

— Não quero manchar a minha espada de cavalheiro; hás de morrer à mão de tua laia, tornou o capitão com gesto de asco.

— Tem razão o nobre fidalgo; só esqueceu um ponto e é que para dizer destas cousas, se precisa de ter a espada mais comprida do que a língua, senão...

Neste ponto, operou-se tal mutação da cena, que não é possível descrevê-la sem cortar o fio à palavra de Vital.

Desde o primeiro assalto, curando o mancebo de tomar a melhor posição para a defesa, aproximou-se de um grande armário encostado ao fundo do aposento, cerca do qual havia algumas arcas e canastras espalhadas pelo pavimento.

Assim, tendo as costas guardadas de qualquer surpresa com as canastras, que ia arranjando a mão esquerda enquanto a direita combatia, fez ele uma espécie de trincheira que lhe resguardava meio corpo; e sobre ela debruçava-se para atirar o bote certeiro da sua espada a algum dos sequazes menos prontos em recuar.

Quando André de Figueiredo lançou-lhe o último