nuvem que lhe entenebrecia a fronte. Os dois homens pareciam interrogar-se. O filho do conselheiro sacou do bolso um charuto e ofereceu-o ao dono da casa.
— Obrigado, disse este.
— Não fuma?
— Já fumei; hoje economizo esse vício. Nem por isso faço mais lentamente a digestão.
— Mora só?
— Só.
— Não tem família?
— Nenhuma.
— Há de achar-me singularmente indiscreto....
— Não; suponho que a sua curiosidade tem uma causa honrosa e legítima.
— Acertou; o senhor inspira-me simpatia. E se eu conhecesse alguma dessas mãos puras, que lhe emendam as lacunas da sorte...
— Dar-me-ia, por intermédio delas, o seu óbolo?
— Se o não ofendesse...
— Não ofendia, mas eu recusava, se soubesse; peço-lhe desde já que o não faça às escondidas...
Estácio fez um gesto de assentimento.
— Não é orgulho, continuou o dono da casa; é um resto de pudor que a pobreza me não tirou ainda. Fiz-lhe agora um obséquio, um simples