arcebispo não sería cousa que excedesse os recursos dos conversos. Fosse como fosse, é certo que, ao chegar D. Henrique a Roma, existiam já relações occultas entre D. Martinho e Duarte da Paz, os quaes todos os dias tinham conferencias secretas[1]. Tractava naquelle tempo o arcebispo de remover uma grande difficuldade que se oppunha ás suas miras. Era a da bastardia, por ser filho do bispo de Évora e de uma certa Briolanja de Freitas[2], o que o excluia do cardinalato. Clemente vii não o ignorava, mas indifferente a essa circumstancia[3], conveio em representar um papel na farça que, para obter os
- ↑ «e por que isto he perdido, e o foi muito ha... he que des que aqui sou atégora, ontem, e anteontem, e oje, e cada dia o arcebispo tem oras e portas por onde falla canto quer com Duarte da Paz»: C. de D. Henrique de 1 de novembro de 1535: G. 20, M. 7. N.° 23. É a isto que se refere o breve Exponi nobis de 12 de junho de 1536 (M. 14 de Bullas N.° 7 e M. 24, N.° 35), em que se annulla o processo da legitimação do arcebispo, ibi: «minus quam conveniret ad regia negotia, et nimis ad sua intentus, minus probè et etiam quam par esset, etc».
- ↑ Breve Exponi nobis, l. cit.
- ↑ «Quasi che avesse piacere (Clemente vii) che uno bastardo venisse al grado dei cardinalato»: C. de Santiquatro, G. 20, M. 7, N.° 26.