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Página:História de Portugal restaurado t1.djvu/14

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a liçio i níTentar o eftylo j colher as noticiai? , lançar o^j borradores , tirá'lo[i eu limpo , conferi los , e apurá'los , quando quem efcreve íe anim?? ni empren» fa do livro que efcreveo ao pompoío tuulo de Au- thor , entaó começa a íer reo , e réo julgado com taó cxceíliva tyrannia, que tendo lingoa para fallar de tantas peílois , como faó as que comprehende qualquer volume , a naó pôde ter para díixsr de fer coiíde nnado íem íer ouvido. Julgo por muito errada a opinião commua , que allenta , que a hííloria he paralelo da pintura ; porque he tanto mais privilegia- do o Pintor , que o Elcritor , que teve lugar Ape!'es, pondo em publico huma figura que havia pintado , de lhe emendar a roupa , que hum artifíce delias lhe condemnou por imperfeita , e de caíligar a oufadia de outro, que , naó fendo Pintor , featreveo a arguir-» lhe o perfil da figura. Naó he concedida aos Eí^rito-í res tanta liberdade : porque no mefmo ponto que os íinetes do prelo acabarão de feilar a hiíloria que efcre- veraô , logo perderão toda a acçaó de emendá'la , e na difficuldâde de fatisfíizer a hum mundo de jaizos diverfos, fica provado o defengano , de que naó po- de hivcr hiíloria bem avaliada de todos. O Sol por- que coftuma taó repetidamente oíicrecer- fedo berço do Oriente ao tumulo do Occalo aos olhos do uni- verfo , íe expõem á cenfura dos que íem penetrar a mageftade do íeu refplandor , e a utilidade dos feus rayos , fujeitando a razaó 20 appetite , huns o con- demnaó de claro quando a calrna os aperta , outros de efcuro quando o frio os afílige , íem reparar que os latidos do caó Geleíte , que ainedrentáÓ n 1 Ccni- cula o; vapores , de que as nuvens noinvc no fe forjuaÓ , lió , e naó o Sol , culpados no rigor da calma , como as nuvens na afpcreza do frio. Que importa , que a verdade da hiíloria , e pu- reza