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A RAINHA MABE

Dona Benta, na "preguiçosa" da varanda, lia um livro inglês. Narizinho chegou e espiou o título: The tempest, Shakespeare.

— Que graça, ler um escritor tão velho!...

— Minha filha, as obras dos grandes gênios não envelhecem nunca e são para todos os tempos. E nesta obra há umas coisinhas que me encantam.

— Que coisinhas?

— A figura de Ariel, por exemplo — um silfo do ar que se escravizou a Próspero e o seguia como fiel cachorrinho.

— Quem era Próspero?

— O mágico da ilha.

— Que ilha?

Dona Benta suspirou. Melhor resumir o livro, senão a curiosidade de Narizinho não parava com as perguntas. E começou:

— Era uma vez uma ilha distante, à qual foi ter a horrenda feiticeira Sicorax, levando consigo Ariel, um geniozinho muito agradável e delicado.

— Devia ser como o saci que Pedrinho teve na garrafa... Um amor aquele saci!